Introdução à ciência política, do consagrado jurista Darcy Azambuja, é uma das primeiras, raras e mais bem sucedidas tentativas da tratadística brasileira de apresentar e sistematizar a ciência política. Isto torna o livro uma obra de referência fundamental — noutras palavras, um clássico —, o que explica a presente reedição, que conta ainda com prefácio de José Luiz Furtado, além de índice remissivo e bibliografia (aparatos ausentes das edições anteriores). Mas se um clássico explica-se a si mesmo, resta talvez, neste caso, saber afinal qual a utilidade da própria ciência política. Responde o autor: “Serve, ao mesmo tempo, para compreender a sociedade, para entender a política e para auxiliar a organizar a própria política, ao dar bases para a ação e a legislação”. Considerando estarmos condenados à vida em sociedade, logo, à presença da política, poucas ciências serão mais profundamente úteis. Ao mesmo tempo, a vasta produção bibliográfica da ciência política torna mais uma vez necessária a existência de obras básicas de referência. Que constituem, em primeiro lugar, uma introdução histórica. E, em segundo lugar, um guia para os principais temas nesse campo. Métodos e história da ciência política, o homem e a sociedade, o poder político, a soberania, a origem do Estado, a personalidade do Estado, o objetivo do Estado, autoridade e liberdade, a constituição, formas de governo, a democracia, o regime representativo, a opinião pública, formas do regime representativo, o voto, a representação profissional, os partidos políticos, grupos de pressão, a classe política, a liderança política, a propaganda política: estes são, portanto, os títulos de alguns dos capítulos desta que é uma das referências mais notórias da bibliografia da ciência política.